domingo, 11 de dezembro de 2011

III Domingo do Advento


As trevas do pecado são dissipadas pela a aurora da salvação que se faz anunciar. O universo na iminência do novo dia, tinge-se de violeta e de rosa, as cores litúrgicas do advento com as quais a Igreja hoje se ornamenta para cantar alegremente o introito da santa missa... Gaudete in domino semper; iterum dico, geudate (Filipenses 4:4).

Introitus - Gaudete in Domino

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Verdade e Anúncio

"Eis o meu servo, eu o recebo; eis o meu eleito, nele se compraz minha alma; pus meu Espírito sobre ele, e ele promoverá o julgamento das nações. Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos". (Isaías 42:1-4)

É assim que o profeta nos apresenta as credenciais Daquele que vem a ser salvação do mundo, luz de todas as gentes e nações. Mas hoje, num contexto de globalização multicultural, como uma única verdade pode ser válida para todos as gentes e nações? Ora, a resposta já está dada: "ele não veio quebrar a cana rachada nem apagar o pavio que ainda fumega", noutros termos, onde houver uma centelha de verdade, ele cuidará para que esta seja avivada, que resplandeça e ilumine dissipando trevas - pois onde já não houver mais trevas as pessoas estarão aptas a julgar e obter toda a Verdade. Em termos mais precisos, todas as culturas  empenhadas numa busca da verdade estão intrinsecamente ordenadas para a revelação de Jesus Cristo. E desde logo, cumpre a Igreja anunciar esta Revelação única que salva, pois como diz o profeta "os países distantes esperam seus ensinamentos". Tal anúncio, porém, deve ser feito com vistas à "cana rachada" e ao "pavio que ainda fumega", sem erguer a voz nas praças, sem gritar, até porque a Verdade dispensa alaridos, ela é auto-evidente, impõe-se por si mesma. Portanto, deve-se anunciar de maneira mansa e humilde como o próprio Cristo ensinou, chamando a atenção para aquela centelha de verdade que já possuem, e então lhes indicar onde e em Quem ela pode ser plenificada. Foi assim que ocorreu aos magos do oriente que, seguindo a seu modo algumas intuições da Verdade, puderam acompanhar uma estrela até chegar a Jerusalém, e ali então escutaram o anúncio da Revelação que os conduziria, precisamente, à nascente da Verdade pela qual tanto andaram. Sem este anúncio o caminho dos magos jamais atingiria sua meta, pois por suas próprias faculdades nenhum ser humano pode ter acesso à plena transcendência de Deus. Era preciso, portanto, que Deus se revelasse, como de fato ocorreu em Jesus Cristo. Com efeito, nos dias atuais, sem o anúncio desta revelação, as intuições fecham-se em si mesmas, os mitos confundem, os símbolos escravizam. E a busca da verdade que subsiste em todos os corações humanos, de todo tempo e lugar, credo, raça ou cultura, fica restrita a esses pequenos pavios fumegantes, focos esparsos da Graça, que precisam convergir para a chama viva da Revelação, a única capaz de "abrir os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, e libertar os que jazem na escuridão". (Isaías 42:7)